Impacto das Queimadas ao Meio Ambiente e à saúde humana

O impacto das queimadas no meio ambiente afeta diversos aspectos dos ecossistemas e da biodiversidade. As consequências, de modo geral, são prejudiciais, tanto ao meio ambiente quanto à saúde humana.

Nos últimos dias, o Brasil enfrentou uma crescente onda de queimadas que estão devastando grande parte de vegetação nativa, especialmente na Amazônia e no Cerrado. Esses incêndios não são apenas consequência de fenômenos naturais, mas também resultado de atividades humanas, como desmatamento ilegal e práticas agrícolas insustentáveis.

No Brasil, inacreditavelmente ainda existe a prática da “queima controlada” na agricultura e na pecuária, regulamentada pelo decreto federal 2.661, de 1998, que deveria ser submetida à discussão e reavaliação. Apesar de que, mesmo alegando legalidade, não há fiscalização eficiente para constatar que as queimadas provocadas estão cumprindo os requisitos da legislação, tendo em vista que deve haver condições meteorológicas específicas para realizá-las. Desse modo, a possibilidade de queima criminosa também foi cogitada.

Com impactos ambientais, sociais e econômicos imensuráveis, a gravidade da situação coloca em risco não apenas o futuro das florestas e da biodiversidade, mas também do equilíbrio climático global.

Satélite da Nasa registra fumaça do espaço

Imagens divulgadas pela Nasa, captadas pelo satélite americano DSCOVR (Deep Space Climate Observatory) nessa sexta-feira (13) mostram a fumaça das queimadas sobre o Brasil.

Fumaça registrada do espaço. Foto: NASA Earth Observatory images/Divulgação
Fumaça registrada do espaço. Foto: NASA Earth Observatory images/Divulgação

O satélite DSCOVR orbita a cerca de 1,5 milhão de quilômetros da Terra. Segundo a Nasa, ele “monitora mudanças no vento solar, fornecendo alertas e previsões meteorológicas espaciais para tempestades geomagnéticas que podem interromper redes de energia, satélites, telecomunicações, aviação e GPS”.

Fumaça registrada do espaço. Foto: NASA Earth Observatory images/Divulgação
Fumaça registrada do espaço. Foto: NASA Earth Observatory images/Divulgação

Na última segunda-feira (9), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) informou que 60% do território brasileiro estava coberto por uma camada de fumaça gerada pelas queimadas. Conforme o Programa Queimadas do Inpe, nas últimas 48 horas, foram detectados 7.322 focos de incêndio no país.

Focos de queimadas no Brasil. Foto: Reprodução/Inpe
Focos de queimadas no Brasil. Foto: Reprodução/Inpe

Consequências das queimadas

O impacto das queimadas no meio ambiente afeta diversos aspectos dos ecossistemas e da biodiversidade. As consequências, de modo geral, são prejudiciais, tanto ao meio ambiente quanto à saúde humana.

O que há na fumaça tóxica das queimadas e por que ela é nociva para nosso organismo?

Em geral, mistura tóxica inclui material particulado (PM2.5), monóxido de carbono (CO), compostos orgânicos voláteis (COVs), óxidos de nitrogênio (NOx) e ozônio, além de metais pesados como o chumbo e o mercúrio. Como resultado, podem desenvolver doenças respiratórias pelo contato direto com esses gases, como bronquite, sinusite, rinite, além disso, também aumenta o risco de câncer.

“A exposição prolongada a esses compostos tóxicos pode gerar uma crise de saúde pública. Estamos vendo um aumento das hospitalizações por problemas respiratórios e cardiovasculares, e os efeitos a médio e longo prazo ainda não podem ser mensurados. Isso terá um impacto enorme sobre a economia da saúde.”, diz Margareth Dalcolmo, médica pneumologista e presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, segundo o G1.

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Fauna, Vegetação e Ecossistema:

Conforme a biomassa vegetal queima, ocorre a liberação de dióxido de carbono (CO₂) na atmosfera, contribuindo para o aumento de gases do efeito estufa e consequente aquecimento global. Prejudicando todos os esforços recentes para diminuir os gases do efeito estufa.

Do mesmo modo, queimadas frequentes ou fora de controle podem alterar a dinâmica dos ecossistemas, impedindo sua recuperação adequada e contribuindo para uma maior degradação. Há diminuição de áreas de vegetação natural e consequente perda da biodiversidade (fauna e flora). Os animais que não conseguem escapar a tempo são frequentemente vítimas dos incêndios, enquanto muitas plantas são consumidas pelas chamas. Isso leva a uma diminuição na biodiversidade e pode resultar na extinção de espécies vulneráveis.

Além disso, quando o fogo elimina a vegetação que está cobrindo o solo, torna-o suscetível à erosão. Como resultado, os cursos de água próximos podem ser afetados negativamente, causando poluição e diminuindo a qualidade da água.

Primeiras chuvas em Goiás podem ser contaminadas e requerem cuidados

Com a expectativa para as primeiras chuvas em Goiás já para a partir desse domingo (15), ainda que esparsas, surge a preocupação a respeito da qualidade das precipitações e dos possíveis riscos a saúde.

A combinação de precipitações com a baixa qualidade do ar, além da alta presença de fuligem oriunda de incêndios, pode resultar em contaminação – chamada de ‘chuva preta’.

Apesar disso, as partículas poluentes na chuva não apresentam grandes riscos para a saúde da população. Entretanto, podem contaminar solo e reservatórios – prejudicando a fauna e a flora.

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